ESG na agenda corporativa da saúde

julho 01, 2022

ESG, a sigla queridinha do momento do mundo dos negócios. Mas, o que é ESG e qual é a sua importância para agenda corporativa da saúde?

ESG nas instituições de saúde

ESG – Environmental, Social and Corporate Governance a sigla em inglês que traduz o futuro da gestão e da reputação das organizações no mundo, corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Na área da saúde, especialmente as organizações de assistência, ESG como uma tendência de mudança de cultura organizacional, num período de pandemia, de grandes desafios, traz um olhar para caminhos que já estão sendo percorridos e que podem contribuir no processo de mudança para ESG.

Vejamos alguns exemplos: O gerenciamento de resíduos dos hospitais e seus impactos na meio ambiente; Acreditação hospitalar que tem como finalidade a excelência no cuidado e segurança do paciente, o qual padroniza seus processos para qualidade e transparência, agenda 2030 que traz em seus objetivos de desenvolvimento sustentável debates que envolvem a saúde como direito de todos, como por exemplo a contribuição de evidências sobre determinantes sociais da saúde, condições de trabalho e a relação com a síndrome de burnout que atinge em especial profissionais de saúde, dentre outros pontos relevantes como regulações e normativas.
Importante ressaltar que em cada um desses processos citados, a comunicação corporativa é essencial como estratégia.

Implementar metas de ESG seja nas instituições de saúde, ou em qualquer outro segmento, há de se unir o discurso das instituições à prática de suas ações dentro e fora. O trinômio ESG- de práticas ambientas, sociais e de governança corporativa requer um planejamento de comunicação para comunicar as mudanças, engajar adesão aos processos e construir uma reputação de uma marca.

As instituições de saúde já estão habituadas à participação de processos que envolvem a cultura organizacional, como eu já citei acima. Mas, inserir ESG nas instituições de saúde vai muito além disso. Recentemente, a diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da indústria farmacêutica Novo Nordisk, Simone Tcherniakovsky concedeu uma entrevista para a CBN programa Sustentabilidade com a jornalista Rosana Jatobá, que teve como tema A agenda ESG na indústria farmacêutica. Como ponto relevante, e a entrevista pode ser ouvida na íntegra no link (https://m-cbn-globoradio-globo-com.cdn.ampproject.org/c/s/m.cbn.globoradio.globo.com/amp/media/audio/377939/agenda-esg-na-industria-farmeceutica.htm) , em que do trinômio ESG, o desafio para a indústria farmacêutica é a sustentabilidade no tocante foco na prevenção e educação da população em saúde. A Novo Nordisk está trabalhando para melhorar o acesso aos cuidados com diabetes e obesidade, além de voltar o olhar para a prevenção e não somente no tratamento, com base em fatores sociais, culturais e ambientais.

Nesse sentido, o ESG para a indústria farmacêutica que historicamente estava voltada apenas para o tratamento de doenças, e ainda sim seu papel no tratamento é fundamental para a saúde coletiva, é um desafio. Buscar na temática sustentabilidade, ter um papel na sociedade de contribuição para a prevenção e promoção da saúde, está inserida como parceira em políticas públicas para o acesso do tratamento e melhoria da qualidade dos determinantes sociais da saúde.

Em todo processo de implementação da ESG, das práticas ambientais, sociais e de governança, que inclui diversidade, responsabilidade social, reputação e ambiência, estruturar a área de Comunicação é primordial. A Comunicação de uma organização, não é meramente criar e alimentar canais, como as redes sociais por exemplo. Antes de definir os canais que deverão ser desenvolvidos, há de elaborar um diagnóstico que irá mapear as necessidades, que permitirão a construção de um planejamento de comunicação integrada. As ações são as táticas estratégicas do Plano de Comunicação orientado pelo planejamento, mas com foco na missão da instituição.

Práticas ESG faz parte do planejamento estratégico da empresa. A Comunicação deve estar de alinhada diretamente a esse planejamento. Comunicar para seus diferentes públicos, colaboradores, parceiros e fornecedores e sociedade, unificando os discursos com as ações, favorecendo para o engajamento, construindo uma reputação de marca, promover a cultura da organização, são alguns os objetivos da Comunicação.

Para finalizar, vou citar um exemplo que vivenciei na época em um dos hospitais da Fiocruz, em que o paciente não poderia ser submetido a uma transfusão de sangue, devido a sua prática religiosa, e seu direito de optar por não receber a transfusão foi respeitado, claro com as devidas orientações sobre o risco dessa decisão. Direito do paciente é regido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que não deixa de fazer parte da ESG, no que tange à diversidade. É direito do paciente ser chamado pelo nome que desejar, ou seja, respeitando as pessoas LGBTQ+ por exemplo. Para ter acesso à portaria do Ministério da Saúde (MS) que dispõe os direitos e deveres do paciente acesse: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html

ESG na área da saúde terá desafios específicos da área e os profissionais envolvidos nesse processo deverão ter conhecimento de causa. O que inclui os profissionais de comunicação que irão trabalhar a ESG nas instituições de saúde.